Você Não Me Ensinou A Te Esquecer Caetano Veloso Composição: Fernando Mendes / José Wilson / Lucas Não vejo mais você faz tanto tempo Que vontade que eu sinto De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços É verdade, eu não minto
E nesse desespero em que me vejo Já cheguei a tal ponto De me trocar diversas vezes por você Só pra ver se te encontro
Você bem que podia perdoar E só mais uma vez me aceitar Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la
Agora, que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer Você só me ensinou a te querer E te querendo eu vou tentando te encontrar Vou me perdendo Buscando em outros braços seus abraços Perdido no vazio de outros passos Do abismo em que você se retirou E me atirou e me deixou aqui sozinho
Agora, que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer Você só me ensinou a te querer e te querendo eu vou tentando me encontrar
E nesse desepero em que me vejo já cheguei a tal ponto de me trocar diversas vezes por você só pra ver se te encontro
Você bem que podia perdoar E só mais uma vez me aceitar Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la
Agora, que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer Você só me ensinou a te querer E te querendo eu vou tentando te encontrar Vou me perdendo Buscando em outros braços seus abraços Perdido no vazio de outros passos Do abismo em que você se retirou E me atirou e me deixou aqui sozinho
Agora, que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer Você só me ensinou a te querer e te querendo eu vou tentando te encontrar Vou me perdendo Buscando em outros braços seus abraços Perdido no vazio de outros passos Do abismo em que você se retirou E me atirou e me deixou aqui sozinho
Agora, que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer Você só me ensinou a te querer E te querendo eu vou tentando me encontrar
Eu às vezes viajo pelas esquinas do tempo, e deixo o pensamento visitar o passado, um passado que nunca passou, porque me traz você, que está muito vivo em mim. Você, que é o protagonista das minhas histórias mais loucas e mais doces, de uma infância/adolescência que o tempo não vai apagar. Diz que é para mim tua poesia, diz que nossa história é eterna e que eu serei sua musa sempre.
O amor romântico é da ordem da tragédia. Este amor é retratado magnificamente pelos autores da Idade Média. Em matéria de ser humano confio mais nos medievais do que nos homens modernos. Segundo André Capelão (séc. 12) em seu "Tratado do Amor Cortês", o amor é uma doença que acomete o pensamento de uma pessoa e a torna obcecada por outra pessoa, criando um vício incontrolável que busca penetrar em todos os mistérios da pessoa amada: suas formas, seu corpo, seus hábitos. Trata-se de um anseio desmedido, uma visão perturbada que invade o coração dos infelizes.
Os acometidos dessa doença tornam-se angustiados e dispersos. Não existe nada mais ridículo que um homem ou uma mulher apaixonados. Esses infelizes deliram em abraçar, conversar, beijar e deitar-se com o ser amado, mas jamais conseguem fazê-lo plenamente, e essa impossibilidade é essencial na dinâmica do desejo perturbado. Corpo e alma estremecem anunciando a febre da distância.O amor romântico é uma doença. Nada tem a ver com felicidade. Por isso sua tendência é destruir o cotidiano, estremecendo-o. Ou o cotidiano o submeterá ao serviço das instituições sociais como família, casamento e herança patrimonial, matando-o.
Por isso, os medievais diziam que o amor não sobrevive ao cotidiano. O cotidiano respira banalidade e aspira à segurança. Viver de maneira segura é sinônimo de viver na monotonia e a paixão se move em sobressaltos e abismos. Uma pessoa afetada pela paixão não pensa bem. O século 12 conheceu a triste história do filósofo Abelardo e sua amada Heloisa. As semelhanças dessa história com os contos de amor cortês como Tristão e Isolda ou Romeu e Julieta ou Lancelot e Guinevere é grande. Nesses contos, há sempre um impeditivo ético à paixão. Um dos amantes é sempre casado com alguém virtuoso ou um porá em risco a vida do outro devido ao ódio ou a inveja de um terceiro. Por isso os amantes, se forem virtuosos, e sempre são, devem abrir mão do amor. O desejo se despedaça contra o fogo da virtude, mas não morre, apenas arde em agonia.
Daí a grande sacada dos medievais: quando desejo e virtude se contrapõe, a "maldição de amor" assalta a alma. Sentir-se pecador é não merecer a beleza do amor que, em suma, destrói a alegria, atiça o desejo e piora a doença. A melhor rota é fugir do amor, porque uma vez ele instalado, a regra é a dor. Abelardo morreu castrado pelo tio da Heloisa e ela triste foi trancada num convento. Romeu e Julieta, Tristão e Isolda e Lancelot e Guinevere ou suicidaram-se ou foram assassinados.
Hoje até as ciências humanas tentam explicar o amor. Essa afetação científica não me interessa porque a minha descrença nas explicações das ciências humanas está além da possibilidade de cura. Parafraseando Pascal quando se refere a Descartes acho as ciências humanas incertas e inúteis. O máximo a que ela pode chegar é dizer que o amor romântico seria uma invenção a serviço da ideologia burguesa e patriarcal.
Para os chamados “cientificistas” o amor seria apenas uma sopa com mais ou menos serotonina ou alguma miserável conjunção de neurônios, como num tipo de demência senil. Esta explicação também eu desprezo porque pouco me importa qual lado do cérebro está em atividade quando alguém se sente apaixonado. (achei isso no blog do fran, e sabe Deus porq,rsrsrs,lembrei de vc.mas veja como é engraçado.)
6 comentários:
...FALTOU ESSA PERGUNTA:Onde aprender a odiar para não morrer de amor?
Clarice Lispector
Você Não Me Ensinou A Te Esquecer
Caetano Veloso
Composição: Fernando Mendes / José Wilson / Lucas
Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto
E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro
Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando me encontrar
E nesse desepero em que me vejo
já cheguei a tal ponto
de me trocar diversas vezes por você
só pra ver se te encontro
Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando te encontrar
Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou
E me atirou e me deixou aqui sozinho
Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando me encontrar
essa pergunta q faltou:onde aprender a odiar para não morrer de amor...fui eu q mandei,não sou a anônima viu,foi enganooooo.
Eu às vezes viajo pelas esquinas do tempo, e deixo o pensamento visitar o passado, um passado que nunca passou, porque me traz você, que está muito vivo em mim. Você, que é o protagonista das minhas histórias mais loucas e mais doces, de uma infância/adolescência que o tempo não vai apagar. Diz que é para mim tua poesia, diz que nossa história é eterna e que eu serei sua musa sempre.
O amor romântico é da ordem da tragédia. Este amor é retratado magnificamente pelos autores da Idade Média. Em matéria de ser humano confio mais nos medievais do que nos homens modernos. Segundo André Capelão (séc. 12) em seu "Tratado do Amor Cortês", o amor é uma doença que acomete o pensamento de uma pessoa e a torna obcecada por outra pessoa, criando um vício incontrolável que busca penetrar em todos os mistérios da pessoa amada: suas formas, seu corpo, seus hábitos. Trata-se de um anseio desmedido, uma visão perturbada que invade o coração dos infelizes.
Os acometidos dessa doença tornam-se angustiados e dispersos. Não existe nada mais ridículo que um homem ou uma mulher apaixonados. Esses infelizes deliram em abraçar, conversar, beijar e deitar-se com o ser amado, mas jamais conseguem fazê-lo plenamente, e essa impossibilidade é essencial na dinâmica do desejo perturbado. Corpo e alma estremecem anunciando a febre da distância.O amor romântico é uma doença. Nada tem a ver com felicidade. Por isso sua tendência é destruir o cotidiano, estremecendo-o. Ou o cotidiano o submeterá ao serviço das instituições sociais como família, casamento e herança patrimonial, matando-o.
Por isso, os medievais diziam que o amor não sobrevive ao cotidiano. O cotidiano respira banalidade e aspira à segurança. Viver de maneira segura é sinônimo de viver na monotonia e a paixão se move em sobressaltos e abismos. Uma pessoa afetada pela paixão não pensa bem.
O século 12 conheceu a triste história do filósofo Abelardo e sua amada Heloisa. As semelhanças dessa história com os contos de amor cortês como Tristão e Isolda ou Romeu e Julieta ou Lancelot e Guinevere é grande. Nesses contos, há sempre um impeditivo ético à paixão. Um dos amantes é sempre casado com alguém virtuoso ou um porá em risco a vida do outro devido ao ódio ou a inveja de um terceiro. Por isso os amantes, se forem virtuosos, e sempre são, devem abrir mão do amor. O desejo se despedaça contra o fogo da virtude, mas não morre, apenas arde em agonia.
Daí a grande sacada dos medievais: quando desejo e virtude se contrapõe, a "maldição de amor" assalta a alma. Sentir-se pecador é não merecer a beleza do amor que, em suma, destrói a alegria, atiça o desejo e piora a doença. A melhor rota é fugir do amor, porque uma vez ele instalado, a regra é a dor. Abelardo morreu castrado pelo tio da Heloisa e ela triste foi trancada num convento. Romeu e Julieta, Tristão e Isolda e Lancelot e Guinevere ou suicidaram-se ou foram assassinados.
Hoje até as ciências humanas tentam explicar o amor. Essa afetação científica não me interessa porque a minha descrença nas explicações das ciências humanas está além da possibilidade de cura. Parafraseando Pascal quando se refere a Descartes acho as ciências humanas incertas e inúteis. O máximo a que ela pode chegar é dizer que o amor romântico seria uma invenção a serviço da ideologia burguesa e patriarcal.
Para os chamados “cientificistas” o amor seria apenas uma sopa com mais ou menos serotonina ou alguma miserável conjunção de neurônios, como num tipo de demência senil. Esta explicação também eu desprezo porque pouco me importa qual lado do cérebro está em atividade quando alguém se sente apaixonado.
(achei isso no blog do fran, e sabe Deus porq,rsrsrs,lembrei de vc.mas veja como é engraçado.)
Be, exite sim a possibilidade. Quanto a saudade não. A segunda chance com certeza ela acontecerá e não se preocupe querido...VAI FICAR TUDO BEM. Bjus
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